"Luminosidade Sem Wi-Fi"
No meio das notificações,
antes de responder ao mundo,
senta.
Desliga as intenções, não os cabos.
Nada precisa ser encerrado,
apenas não-alimentado.
Olhos sobre a tela —
mas vê, antes da imagem,
o que vê sem forma:
tua própria clareza.
Sem deletar o mundo,
permanece sem editar a mente.
A lucidez que sempre esteve aí
não precisa de senha nem VPN.
Respira.
O agora não é um feed.
Não carrega. Não gira.
É.
Teus pensamentos não são vírus,
só códigos se exibindo no vazio.
Não acredites neles.
Nem lute contra eles.
Eles passam, como pop-ups.
Fica.
Sem fixar.
Sem fazer.
Sem manter.
Sem procurar.
É a consciência nua —
sem algoritmo,
sem passado salvo em cache,
sem futuro programado.
Permanece como o céu
entre um e-mail e outro,
entre um clique e o silêncio.
A prática é simples:
desinstala o buscador,
e descobre que já encontraste.
Jangchub Rigpa
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